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Análise

Gilberto Morales

Ganko Keitai. Os “gansos voadores” impulsionam a economia do Sudeste Asiático.

- O modelo estudado baseia-se nas tendências de aprendizagem das técnicas, métodos e processos produtivos econômico-industriais mais relevantes do mercado internacional.

Ganko Keitai. Os “gansos voadores” impulsionam a economia do Sudeste Asiático.

Os Estados procuram satisfazer as necessidades da sua população de forma autogerida, porém, no atual sistema de mercado é impossível não depender do resto das nações para cumprir os requisitos mínimos para uma vida digna. Isso é demonstrado com a teoria Ganko Keitai, desenvolvimento de cunha, gansos voadores ou gansos voadores de Kaname Akamatsu, em que existe um modelo ou protótipo de ação, neste caso o Japão, onde o resto das nações equiparam seus processos industriais a repetir os grandes resultados projetados em seu crescimento econômico.

##1. Abordagem ao setor industrial japonês, um novo amanhecer, causas da descolagem económica

Após os efeitos devastadores da Segunda Guerra Mundial, o crescimento industrial do Japão foi substancial devido aos seguintes factores: 1) Realinhamento dos conglomerados económicos; 2) Revitalização do movimento sindical; 3) Reforma Agrária; 4) Ênfase na indústria pesada e tecnologia; 5) Estímulo massivo ao emprego; 6) Melhoria do processo de divisão de trabalho e sistema de subcontratação; 7) Rápido crescimento da classe média e equalização de salários; 8) Diversificação da procura. (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe -CEPAL-, 1989)

Mainardi (2018) refere-se a outros elementos que promoveram contundentemente a produção industrial no país japonês e sua reprodução nos países vizinhos: A) Relacionamento estabelecido com países pares da região, aproveitando a proximidade geográfico-cultural; B) Janela de oportunidade para os Estados Unidos vencerem a guerra ideológica contra o comunismo soviético,

Ao estimular e ensinar práticas capitalistas de processos industriais nos países asiáticos; C) Internacionalização das empresas nacionais asiáticas, através de um sistema importador-produtor-exportador; D) Boa aceitação e utilização do Investimento Estrangeiro Direto (IDE); D) Estabelecimento de Zonas Francas (ZLC), para atrair empresas com capital estrangeiro; E) Ciclo virtuoso, em que os fatores investimento-exportação são complementares e dependentes do seu crescimento; F) Troca de Know How com empresas japonesas que chegaram à Coreia do Sul, ao analisar o estudo de caso apresentado.

##2. Kaname Akamatsu, economista renomado na Ásia, passa despercebido em outras regiões do mundo

Kaname Akamatsu, economista e educador japonês, nasceu em 1896 no norte de Kyushu. Sua formação acadêmico-profissional é desenvolvida em diversas instituições de prestígio na área, conforme explicam Oizumi e Muñóz (2014): “Akamatsu formou-se na Escola Superior de Comércio de Kobe (atual Universidade de Kobe) em 1919 e na Escola Superior de Comércio de Tóquio (atual Universidade Hitotsubashi) em 1921” (p.204). Da mesma forma, os referidos autores mencionam a relevância de sua experiência aprendida, entre 1924 - 1926, na Alemanha e, sobretudo, nos Estados Unidos, principalmente na Universidade de Harvard, de onde extraíram conhecimentos inestimáveis ​​para desenvolver sua teoria Ganko Keitai.

A intenção da Akamatsu, no seu modelo de desenvolvimento em cunha (gansos voadores) que propôs na década de 1930, com a experiência nacional e internacional adquirida, consiste em facilitar os processos produtivos, estrategicamente, para que as empresas japonesas experimentem a aproximação, adesão, reprodução e distribuição a um mercado global, de produtos de fabricação local e regional, pois se pretendia que o referido país fosse líder e modelo para o resto das nações asiáticas, devido ao seu maior desenvolvimento industrial e tecnológico. (Mainardi, 2018) Contudo, suas contribuições científicas não são reconhecidas fora da Ásia e passam despercebidas por inúmeros economistas.

Nesse sentido, Oizumi e Muñóz (2014) compilam e sintetizam as três fases de escopo que Kaname Akamatsu levantou em sua teoria:

A primeira fase do modelo original começa com a importação de produtos estrangeiros, de modo que quando a procura interna aumenta a um nível suficiente, começa a produção interna. A racionalização da nova indústria criada a partir do impulso das importações prossegue imediatamente. Mais tarde, quando a produção atinge um nível que permite exportar, começa a exportar e, posteriormente, essa exportação ultrapassa a importação.

Esta segunda fase ou período de exportação produz a transição da substituição de importações para a promoção de exportações. Neste período se coloca a decisão política fundamental sobre quais indústrias serão protegidas e quais serão abandonadas. Geralmente, as indústrias que não conseguem tornar-se competitivas devem ser abandonadas ou a sua produção deve ser transferida para o estrangeiro.

A partir daí as importações voltam a superar as exportações, mas são importações que a própria indústria nacional – as empresas nacionais realizam agora no exterior, aproveitando os custos de produção mais baixos de uma indústria já madura do interior. (pp.208-209)

As três etapas analisadas anteriormente constituem uma estratégia de muito sucesso para gerar crescimento abrupto no setor industrial interno de qualquer Estado, especialmente nos países em desenvolvimento, pelos seguintes motivos: Primeiro, busca estabilizar a empresa no território de origem, ao importar produtos estrangeiros produtos, dando-lhes a conhecer aos clientes nacionais e incentivando-os a comprar rotineiramente; Em segundo lugar, as empresas nacionais partem da produção desses mesmos bens e da sua comercialização interna, satisfazendo a procura nacional e evitando perdas financeiras significativas; Terceiro, quando são produzidos excedentes em relação aos bens produzidos e vendidos, é possível exportar para outros países.

##3. Triforce Industrial Japonesa, o Ganso Líder do Sudeste Asiático

Toledo (1997) define a triforça governante nos processos produtivos que permitiram a decolagem econômica do Japão e do Sudeste Asiático: 1) O Estado, 2) As empresas e 3) Os trabalhadores. Estes três protagonistas coordenam-se harmoniosamente, para efeitos do pensamento confucionista, para contribuir a partir da sua posição para o desenvolvimento industrial da marca “Japan Inc.”

###3.1. Estado:

É o centro articulador dos processos econômicos no Japão, constitui-se como uma figura de poder imponente, mas, ao mesmo tempo, flexível e com decisões orientadas à maximização dos lucros nos processos industriais. Não se trata de um simples regresso ao modelo mercantilista, pelo contrário, representa uma entidade mais consciente das necessidades de evolução das atividades económicas, de gerar avanços qualitativos e quantitativos nas relações de produção, suficientes para desencadear o catch-up processo. ) dos países mais desenvolvidos.

###3.2. Empresas:

As empresas japonesas possuem particularidades que as diferenciam dos demais países e as projetam com resultados altamente eficientes, sendo as principais:

I) Uma relação complementar e simbiótica com o Estado para desenvolver o projecto nacional, através de políticas industriais e facilidades económicas, que permita obter lucros maximizados;

II) Uma estrutura organizacional rígida, em termos de disciplina e profissionalismo, mas flexível em termos de aceitação de métodos e técnicas modernas;

III) A ideia de “família” entre empresas de diferentes dimensões, o que contribui para a criação de redes organizacionais para utilização de mecanismos de subcontratação e subsidiariedade;

###3.3. Trabalhadores:

As características fundamentais dos trabalhadores japoneses, que impulsionam a perpetuidade do modelo económico Akamatsu, são a obediência desenfreada às ordens dos superiores e uma paixão incansável pelo trabalho. A grande conquista do Japão foi estabelecer os chamados pilares de ouro: “A) Sistema de emprego vitalício, B) A determinação dos salários por antiguidade, C) O sindicato por empresa ou casa” (Toledo, 1997, p. 147). Essa tríade sustentou as relações de trabalho no Japão, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e exige dos colaboradores as seguintes atribuições: “trabalhadores multifuncionais. com alta rotação vertical. ou intraempresa, e pouca rotação horizontal ou interempresa” (Idem).

4. Chaves para compreender o modelo Ganko Keitai, de desenvolvimento em cunha, de gansos voadores ou gansos voadores

Qualquer processo bem sucedido, duradouro e reprodutível implica o estabelecimento de pilares sólidos que resistam a qualquer ameaça à sua estabilidade. Portanto, o ganso líder (Japão), implementou sete elementos-chave para garantir seu sistema econômico de produção, conforme apresentado por Toledo (1997), conhecido como os sete samurais:

I) Administração eficiente, dotada de propriedades tradicionais asiáticas, mas aberta ao aprendizado de técnicas modernas do Ocidente e de outras latitudes do planeta;

II) Tecnologia de vanguarda, em que os Estados Unidos serviram de protótipo para os países asiáticos desenvolverem sua própria infraestrutura;

III) Capital, cujo uso imperativo deve ser destinado ao investimento de maiores capacidades em todas as áreas de interesse, para formar e reproduzir mais capital;

IV) Apoio governamental, em que os líderes políticos coordenam o projeto nacional de crescimento económico, em conjunto com os empresários (empresários, industriais, banqueiros) e a elite burocrática nacional e regional.

V) Ampla rede internacional, informativa, empresarial, de marketing, bancária, etc., que representa e defende a marca Japan Inc., frente aos demais concorrentes do mercado internacional, projetando os valores de disciplina, perseverança, qualidade, cumprimento pontual, acessibilidade, aprimoramento, sofisticação, típico das culturas asiáticas.

VI) Estratégia Keiretsu, tendo uma instituição bancária como núcleo da estrutura, garante total confiança e colaboração entre as diferentes empresas que a compõem, para estabelecer estruturas de transferência de etapas de produção, bem como, subcontratar entre os mais especializada em atividades específicas, com o objetivo principal de economizar custos ao longo de todo o processo.

VII) Sentimento de missão nacional, uma espécie de sentimento nacionalista impregnado nas esferas governamental, empresarial e operária, para convencê-los de um projeto integrado por todos, em benefício de toda a população dos países asiáticos, sem censura não hesitação, o único propósito é ampliar a marca “Japan Inc.”

González e Loaiza (2014) acrescentam outros aspectos essenciais para compreender o modelo econômico dos gansos voadores no Japão e nos países do Sudeste Asiático:

A) Vantagens comparativas:

A aplicação dos princípios da teoria clássica do comércio internacional de David Ricardo, em que as dotações de factores, as condições de trabalho e os custos, se tornariam a base da produção, bem como do comércio internacional, levou os países a começarem a inserir-se nos fluxos comerciais. (...) Além disso, a proximidade geográfica tornou mais propícias as transferências de processos produtivos dos Países Desenvolvidos (PD) para os Países Menos Desenvolvidos (PMA).

B) Facilidades para investidores:

Num período em que na maioria dos países subdesenvolvidos havia animosidade contra as empresas transnacionais, em muitos países da região, as fronteiras começaram a ser abertas, para receber Investimento Estrangeiro Direto (IED) das principais empresas transnacionais do mundo (Norte). América e Europa, principalmente). Neste sentido, os países da região estiveram à frente dos processos de liberalização financeira do final dos anos oitenta.

C) Reformas institucionais:

Em países como o Japão, a Coreia do Sul, a República Popular da China, bem como os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), as reformas institucionais e económicas, especialmente, começaram a lançar as bases para uma rápida adaptação às mudanças. introduziram nos seus sistemas económicos, para adaptar os seus sistemas de produção às grandes mudanças mundiais, que já começavam a tomar forma no mundo desde o início dos anos setenta, mas especialmente nos anos oitenta.

D) Valores Orientais:

Embora não haja certezas sobre os valores que são praticados na Ásia, influenciados sobretudo pela China e pela Índia, falar destes valores é basicamente falar de respeito pela autoridade e pela hierarquia, pela supremacia do colectivo sobre o individual. , à busca da harmonia e das relações pessoais e do cumprimento da palavra; ao sentimento de honra e integração da família.

E) Mentalidade Competitiva:

Isso os faz buscar a melhoria e o refinamento de processos, procedimentos e resultados. Buscando a qualidade em vez da quantidade, o detalhe em vez da grosseria e a vontade insaciável de buscar se aprimorar e superar situações adversas que os impedem de atingir suas metas e objetivos.

F) Sociedade organizada com base em hierarquias:

A sociedade e as classes sociais sabem que, a partir do trabalho e do esforço, todos podem ascender socialmente. Por isso é fundamental partir de baixo na escala hierárquica empresarial-laboral, conhecer todos os processos, ter aceitação porque sabe comandar e também sabe fazer. Esta forma de organização prevaleceu até há poucos anos, mas aos poucos está a mudar, após as reformas introduzidas nos sistemas laborais, após a crise de 1997-1998.

G) Visão de longo prazo:

Contar com a capacidade não só de se visualizar no longo prazo, mas também de contar com as instituições, mesmo que autoritárias, que têm permitido à maioria destes países planear o seu futuro, com o apoio de instrumentos técnicos, organização política, empresarial e social, para traçar o caminho crítico para a concretização dos grandes objectivos nacionais.

H) Flexibilidade e adaptação:

Ter flexibilidade aliada à percepção do que funciona e do que não funciona, para mudar isso com sabedoria e eficiência, é uma grande qualidade desses países, cuja característica, do ponto de vista econômico, foi essencial para as décadas de 1960 e 1970, a grande maioria destes países modificou os seus modelos de desenvolvimento de industrialização com substituição de importações por um modelo que promovesse as exportações. O que, no final das contas, foi importante para que alcançassem os seus actuais objectivos de crescimento e desenvolvimento industrial, económico e social.

I) Espírito de colaboração e identidade regional:

Derivado das ocupações europeias, nos séculos XVII a XIX, mas, sobretudo, japonesas, durante a chamada Guerra ou ocupação do Pacífico, permitiu-lhes criar organizações regionais de cooperação governamental, integração económica e colaboração em questões de saúde, ambientais, econômicas, financeiras, tecnológicas, etc. Graças a isso, os processos de integração formal e informal têm favorecido a comunicação e o apoio inter e intra-regional na sua área. (págs.11-13)

Outros dois fatores que contribuem com maior eficiência para o impressionante crescimento industrial das nações do Sudeste Asiático são: 1) Burocracia competente, com a estruturação de um andaime institucional sólido e eficiente nas posições-chave das dependências do governo central, especialmente aquelas relacionadas com questões político-económicas; 2) Autonomia integrada, para que as empresas nacionais possam direcionar e alocar recursos financeiros para o investimento industrial ideal, com facilidades políticas e estruturais das agências governamentais, mas sem que as instituições sejam cooptadas por interesses privados. (Kasahara, 2013)

##5. conclusões

O Japão representa uma nação resiliente, disciplinada, obediente, focada no coletivo, demonstrada nos esforços conjuntos de sua triforça (Estado, empresas e trabalhadores) para executar o plano diretor de crescimento econômico de Kaname Akamatsu, formulado sob as seguintes denominações teóricas, em idiomas diferentes: Desenvolvimento em cunha, Ganko Keitai, Flying Geese ou Flying geese.

O modelo estudado baseia-se nas tendências de aprendizagem das técnicas, métodos e processos produtivos econômico-industriais mais relevantes no mercado internacional, portanto, o primeiro passo é a aquisição de know how de empresas americanas e ocidentais, no caso do Japão, com os países vizinhos como um efeito dominó. Começa então a produção nacional nos países asiáticos com a satisfação da procura interna. As exportações de produtos excedentários continuam a acompanhar os países desenvolvidos, sendo competitivas nos mercados económicos mais exigentes.

Esta teoria económica, proposta por Akamatsu, baseia-se em postulados de internacionalização das empresas asiáticas, no ciclo virtuoso da economia, na prática da estratégia keiretsu, numa administração eficiente de empresas e capitais, num sentimento de missão nacional mas com ações de integração regional , a coordenação intensiva mas não invasiva, mas a facilitação do Estado, das empresas e dos trabalhadores, a reprodução efectiva dos valores orientais, especialmente o compromisso individual absoluto somado à lealdade incondicional ao projecto nacional dos países asiáticos.

Fontes

    Comisión Económica para América Latina y El Caribe -CEPAL-. (1989). La industrialización en Japón, 1955-1980. Estructuras y características de las manufacturas. LC/R. 798. https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/29501/S8991396_es.pdf?sequence=1&isAllowed=y

    González, J. y Loaiza, M. (2014). Nuevo modelo asiático de desarrollo para el siglo XXI. Una estrategia regional de competitividad global. Tiempo Económico, VIII (26), 5-20. http://tiempoeconomico.azc.uam.mx/wp-content/uploads/2017/08/26te1.pdf

    Herrera, B. (2009). La conglomeración económica: una vía de desarrollo para las pyme. Revista de la Facultad de Ciencias Contables, 16 (32), 51-64. https://sisbib.unmsm.edu.pe/Bibvirtual/publicaciones/quipukamayoc/2009/segundo/pdf/a07v16n32.pdf

    Kasahara, S. (2013). The Asian developmental state and the flying greese paradigm. United Nations, 213, 1-30. https://unctad.org/system/files/official-document/osgdp20133_en.pdf

    Mainardi, M. (2018). Ciclo virtuoso de la economía del este de Asia. Estudio de caso de las empresas japonesas en la República de Corea. En L. Bolinaga y B. Bavoleo (Comps.). Procesos políticos, económicos y sociales en la península coreana (pp.91-103). Editorial Teseo y UAI Editorial. https://www.academia.edu/36397050/e_Corea_Procesos_Pol%C3%ADticos_Econ%C3%B3mico_y_Sociales_en_la_Pen%C3%ADnsula_Coreana

    Oizumi, Y. y Muñóz, F. (2014). Kaname Akamatsu y el Modelo de Desarrollo Industrial Japonés. Revista de Economía Mundial, (37), 201-224. https://www.redalyc.org/pdf/866/86632964009.pdf

    Toledo, J. (1997). El modelo asiático de relaciones industriales ¿hacia una japonización del Asia del Pacífico? Iztapalapa, 42, 135-160. https://revistaiztapalapa.izt.uam.mx/index.php/izt/article/view/1357


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