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Enciclopédia

Gilberto Morales

O que é segurança nacional?

- A Segurança Nacional é um conceito antigo que gerou diferentes significados ao longo da história.

O que é segurança nacional?

A segurança é uma aspiração básica e universal. Onde não há segurança, a liberdade é reduzida. Se falta segurança, diminuem também as possibilidades de progresso econômico e social das nações, por isso, os cidadãos a reivindicam como um direito, os Estados são obrigados a fornecê-la. Porém, em um mundo hiperconectado e em permanente transformação, as fontes de insegurança se multiplicam, se sucedem, incessantemente.

Terrorismo, conflitos armados, crime organizado, ameaças cibernéticas, espionagem, crises econômico-energéticas, pirataria, riscos ambientais, desastres naturais. Diante desse cenário, a segurança não é garantida, requer recursos, visão e planejamento. Por esta razão, cada vez mais Estados estão desenvolvendo estratégias e criando organizações destinadas a responder aos desafios de segurança que seus cidadãos enfrentam atualmente em um mundo complexo e global.

##1. Antecedentes do conceito

Ele remonta aos últimos meses da Segunda Guerra Mundial e o conceito de Segurança Nacional é usado pela primeira vez na Lei de Segurança Nacional em 1947, emitida pelo presidente Harry Truman, já que naquele ano quatro coisas importantes acontecem no sistema político americano também na área de Defesa, Segurança e Inteligência: I) É criado o Departamento de Defesa, II) É criada a primeira Lei de Segurança Nacional, III) É criada a Agência Central de Inteligência, em inglês), IV) O Escritório de É criado o Conselho do Presidente dos Estados Unidos sobre Segurança Nacional.

2. Doutrina de Segurança Nacional

A Doutrina foi um movimento executado pelos Estados Unidos para deter o avanço do comunismo. Seus alicerces estão na batalha ideológica entre os Estados Unidos e a União Soviética, pela qual os americanos decidiram implementar nos países latino-americanos para deter o avanço dessa ideologia.

Em 1947, com a Alemanha derrotada, o poder do mundo estava concentrado nas duas potências da época, que eram os Estados Unidos e a União Soviética, que eram nações que compartilhavam uma acirrada rivalidade, por provarem a superioridade de uma nação sobre a outra. . Triunfou a vitória da doutrina de segurança dos norte-americanos, com as consequências que são descritas: I) O comunismo permaneceu como algo ruim para a população; II) O exército ganhou maior força; III) A população rural foi muito afetada; IV) O poder dos Estados Unidos sobre a América Latina consolidou-se consideravelmente.

3. Conceito atual de Segurança Nacional

Desde os ataques de 11 de setembro (11 de setembro de 2001), um grande número de análises e reflexões proliferaram sobre as implicações e atualidades desse conceito, ainda mais após a disseminação de atividades terroristas decorrentes de desestabilização e guerras internas. , como nos casos da Líbia, Síria, a continuação da Guerra no Afeganistão. Assim, o terrorismo, associado a questões de segurança nacional, progrediu para se tornar questões de segurança internacional.

No caso da América Latina, a persistente decomposição em relação às condições de Segurança Pública fez com que esse tema se tornasse parte da Agenda de Segurança Nacional, embora originalmente não devesse. Assim, em pleno século XXI, com as condições observadas em diversas partes do mundo, já é muito difícil a divisão entre interno e externo, por exemplo, a migração irregular somada aos efeitos das mudanças climáticas.

Consequentemente, o conceito de Segurança Nacional é um estado ideal a que todos os países aspiram, no qual deve ser garantida a proteção dos quatro pilares de um Estado: o governo, o território, a população e a ordem jurídica, para fazer frente de ameaças, há mais riscos que vêm de fora, aliado a um mundo tão complexo como agora, também ameaças que vêm de dentro das fronteiras dos países. Acrescenta-se à análise outro elemento importante, as vulnerabilidades, que podem ser oriundas da localização geográfica, portanto, das relações geopolíticas desenvolvidas ao longo da história, bem como da condição sociocultural ou socioeconômica da população de determinado Estado.

Rajoy (2013) especifica as vantagens e benefícios de se ter um Sistema Nacional de Segurança sólido, particularmente no caso espanhol:

Um ambiente seguro nas múltiplas dimensões abrangidas pela Segurança Nacional contribui decisivamente para o bem-estar, progresso e prosperidade: incentiva o investimento, aumenta os fluxos de capital humano, aumenta o turismo, beneficia a qualidade de vida e, acima de tudo, melhora a percepção do nosso país, tanto pelos espanhóis como pela comunidade internacional. A Segurança Nacional permite que avancemos juntos e também sejamos reconhecidos e valorizados no exterior. (pág.38)

4. Tipologia das ameaças à Segurança Nacional

O fim da Guerra Fria provocou a desestatização de problemas nacionais e mundiais, originando, diversificando e ampliando ameaças transnacionais que antes não eram consideradas ou abordadas pelas Relações Internacionais. Desta forma, estas ameaças caracterizam-se pela ruptura conceptual das "fronteiras nacionais", adquirindo o valor do global, exigindo a participação de mais do que um Estado para a sua resolução e implicando interacção transnacional onde alguns dos participantes deveriam ser estrangeiros. o estado formal e o aparato internacional.

Na mesma corrente, emergem dois critérios de agrupamento dessas ameaças:

  1. Focado na percepção de quão perigoso será considerado ao longo do tempo, sendo a ameaça iminente se violar o cotidiano dos cidadãos como o terrorismo, o crime organizado, bem como a proliferação de armas leves ou ** longo prazo** se pudessem ser resolvidos de acordo com seu progresso temporário e circunstancial, como deterioração ambiental ou fluxos migratórios maciços;

  2. Proposta por Handley e Ziegler, que analisaram as ameaças segundo se o ator era estatal ou não unido, se o poder utilizado era letal ou não, assim conseguiram classificá-las em quatro categorias: Tipo I, em que o Estado usa o hard power; Tipo II, onde atores não estatais pretendem ser letais, como no terrorismo e na guerra de informação, Tipo III, poderes brandos usados ​​pelos estados; Tipo IV, atores não estatais que não usam violência direta para alcançar seus objetivos, exemplificados por grupos do crime organizado, bem como a proliferação de armas pequenas/leve. (Bartolomeu, 2006, pp.160-161)

5. Exemplos contrastantes de políticas de segurança nacional: Espanha e Guatemala

Segundo Rajoy (2013) as linhas de atuação do Sistema de Segurança Nacional espanhol são as seguintes:

1. Dotação de capacidades militares que permitam o cumprimento das missões atribuídas e um nível de dissuasão credível. Em qualquer caso, a Defesa Nacional manterá as capacidades necessárias para reagir e neutralizar qualquer risco ou ameaça de natureza militar.

2. Manutenção da aposta de Espanha no sistema de segurança colectiva assente na integração em organismos internacionais e na participação activa em operações no exterior, que se conjugará com a defesa dos interesses nacionais. Serão realizadas ações que contribuam para a ação externa do Estado e para a posição internacional da Espanha.

3. Manutenção por parte das Forças Armadas do esforço de adaptação às novas realidades e desafios através de um processo de transformação contínua, que permite uma utilização eficiente dos recursos e uma atenção especial às pessoas.

4. Adequação do esforço de adaptação à atual conjuntura de crise económica. As capacidades serão compartilhadas com nossos aliados no campo das organizações internacionais de segurança sem afetar o cumprimento das missões atribuídas.

5. Promoção da consciência e cultura de defesa, pilares de sustentação da sociedade espanhola de Defesa Nacional, com especial atenção aos jovens.

6. Reforço do tecido industrial da Defesa espanhola através de ações de promoção, projeção e colaboração com as capacidades nacionais que, salvaguardadas as suas próprias necessidades operacionais, se revelem necessárias. Os vínculos entre os atores que compõem a arquitetura ótima nesta matéria (Indústria, Universidade e Defesa) serão fortalecidos. (pág.40)

As áreas de atuação do Sistema de Segurança Nacional da Guatemala são as seguintes:

a) A Segurança Interna, confronta preventiva e directamente o conjunto de riscos e ameaças da criminalidade comum e do crime organizado.

b) Segurança Externa, trata da independência e soberania da Guatemala, da integridade do território, da paz, bem como da preservação e fortalecimento das relações internacionais.

c) Gestão de Riscos e Defesa Civil, desenvolve e implementa políticas de prevenção, preparação, mitigação, resposta e recuperação de eventos naturais, sociais e tecnológicos que possam afetar a população;

d) Inteligência do Estado, articula a informação e inteligência sobre ameaças, riscos e vulnerabilidades internas e externas nas três áreas acima mencionadas. (Secretaria Técnica do Conselho de Segurança Nacional, 2012, p.11).

As posições da Espanha e da Guatemala quanto à forma de abordar a Segurança Nacional são claramente diferenciadas, já que o país europeu a executa a partir de uma visão regionalista e globalista, enquanto a nação centro-americana se concentra nos perigos que prejudicam suas fronteiras com sua cidadania, mas com uma abordagem individualista. Da mesma forma, a Espanha oferece um panorama construtivista do sistema de segurança, enfatizando a melhoria dos processos industriais.

Fontes

    Bartolomé, M.C. (2006). La Seguridad Internacional en el siglo XXI, más allá de Westfalia y Clausewitz (ANEPE, ed.). Academia Nacional de Estudios Políticos y Estratégicos. https://www.academia.edu/30904239/_LIBRO_COMPLETO_La_Seguridad_Internacional_en_el_Siglo_XXI_m%C3%A1s_all%C3%A1_de_Westfalia_y_Clausewitz

    Rajoy, M. (2013). Estrategia de Seguridad Nacional: Un proyecto compartido. Gobierno de España. https://www.dsn.gob.es/sites/dsn/files/estrategia%20de%20seguridad%20nacional.pdf

    Red de Seguridad y Defensa de América Latina –RESDAL-. (2012). Atlas Comparativo de la Defensa en América Latina y Caribe. RESDAL. Capítulo 18: Guatemala. Pp.198-205. https://issuu.com/politicaspublicas/docs/atlasdefensaal

    Secretaría Técnica del Consejo Nacional de Seguridad. (2012). Política Nacional de Seguridad. Gobierno de Guatemala. https://www.resdal.org/caeef-resdal/assets/guatemala—-poli__tica-nacional-de-seguridad-de-guatemala.pdf


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