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Valeria Fabiola Flores Vega

Onde as mulheres têm mais representação no poder legislativo?

- Um balanço geral mostra que a maioria dos países latino-americanos fizeram progressos modestos no seu processo de construção de uma sociedade mais equitativa.

Onde as mulheres têm mais representação no poder legislativo?

O que é paridade de gênero?

A paridade de género é a “participação e representação equilibrada de mulheres e homens em posições de poder e de tomada de decisão em todas as esferas da vida (política, económica e social)”[1]; Este equilíbrio procura representar melhor a população de um determinado país e levar em conta os interesses das mulheres no desenvolvimento de políticas públicas.

Atualmente, este índice também é utilizado para medir a democracia dos países, pelo que a sua importância também recai nesta área. **“**Em suma, a implementação do princípio da paridade contribui para garantir o princípio da igualdade, promove um debate mais plural e diversificado avançando na inclusão da perspectiva de género nos assuntos públicos e garante a legitimidade democrática dos espaços de decisão ”[2]

As razões pelas quais este conceito é importante estão delimitadas em 3 pilares:[3]

  1. Democracia igualitária:

Para que uma democracia seja plena, deve incluir as mulheres (e os sectores socialmente marginalizados).Além do direito de voto, as mulheres devem ter o direito de serem eleitas para cargos executivos, legislativos e judiciais.

  1. Desigualdade:

A falta de representatividade repercute na elaboração de políticas públicas que não levam em consideração as condições ou necessidades particulares deste sector da população, contribuindo para a invisibilidade dos problemas sociais, económicos e políticos das mulheres. É importante esclarecer que a paridade de género contribui para o referido, mas é necessário que existam condições institucionais adequadas e uma agenda pública consistente com este objectivo.

  1. Relações de poder:

Como têm demonstrado as teorias feministas, as relações de poder exercidas com base no género (homem no topo da hierarquia) na esfera privada reflectem-se na esfera pública. A presença de mulheres em cargos governamentais e em organizações internacionais contribui para a quebra dos papéis de género que historicamente têm impedido o pleno desenvolvimento das capacidades e habilidades das mulheres.

A nível internacional, tem sido promovida uma agenda em que a consolidação da paridade de género tem sido uma prioridade. A Convenção sobre os Direitos da Mulher de 1952 foi o primeiro instrumento que reconheceu o direito das mulheres à participação política. Posteriormente, em 1985, foi elaborada a Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW). Através destes instrumentos, os Estados comprometeram-se a eliminar a discriminação contra as mulheres em todas as esferas, é claro, incluindo a política.[4]

Paridade de gênero na América Latina:

A região da América Latina é a região mais desigual do mundo.[5] Isto também se reflete em termos de paridade de género na esfera legislativa; Por um lado, temos países como Cuba, Bolívia, México ou Costa Rica cuja percentagem de mulheres no parlamento ultrapassa os 40% e, por outro lado, temos países como o Haiti, com apenas 2,5%.

Um balanço geral mostra que a maioria dos países latino-americanos fizeram progressos modestos no seu processo de construção de uma sociedade mais equitativa. Se for feito um exercício comparativo com os dados de 2010 e 2019 (incluindo: Antígua e Barbuda, Bahamas, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Barbados, São Cristóvão e Nevis, Trinidad e Tobago, Suriname, Dominica e Guiana), um registo de um aumento regional de 8,1%, um progresso considerável. No entanto, é um facto que a paridade de género na arena política e legislativa ainda não é uma realidade.

Paridade de gênero no México:

No caso específico do México, a paridade de género é um princípio constitucional e, nos últimos anos, houve progressos significativos nesta área. Como pode ser visto no mapa, o México é um dos países em que a paridade de género é quase alcançada, constatamos que 48,2% dos membros da legislatura correspondem a cargos femininos. Ao mesmo tempo, é necessário mencionar que nos congressos locais do país existe uma regra de paridade de género que “funciona como um mecanismo de igualdade política e deve ter como objetivo reduzir as disparidades mais importantes entre mulheres e homens”.[ 6]

Apesar do exposto, ainda existem lacunas importantes a serem colmatadas no país, por exemplo, no final de 2020, apenas 22% dos municípios e prefeituras eram governados por mulheres.[7] Apesar Embora estes sejam os números mais elevados registados na história do México, ainda representam uma percentagem muito inferior à dos cargos ocupados por homens.

No entanto, o caso do México é particularmente especial porque, embora o governo actualmente quase alcance a paridade de género no gabinete[8], o governo, que em princípio adoptou um discurso inclusivo com a agenda feminista, tem abandonou a perspectiva de género no desenvolvimento de políticas públicas e limitou a incidência de mulheres em cargos públicos ao ponto de serem forçadas a demitir-se.

Conclusões:

A paridade de género no domínio legislativo é extremamente importante para que certas questões sejam discutidas e legisladas; Graças às mulheres nas câmaras, foi possível legislar sobre o acesso ao aborto, tarefas assistenciais, disparidades salariais, entre outros problemas. Contudo, é preciso ter cuidado porque, como já foi mencionado, a paridade de género nas câmaras por si só não garante que as necessidades e reivindicações das mulheres sejam tidas em conta, como demonstra o caso mexicano.


Dados:

País % mulheres
Haiti 2,5
Belize 9.4
Brasil 14,6
Paraguaio 16.3
Colômbia 18,3
Guatemala 19,4
Honduras 21.1
Uruguai 21.3
Venezuela 22.2
Panamá 22,5
Chile 22,6
Perú 26,2
República Dominicana 27,9
Salvador 33,3
Equador 39,4
Argentino 40,9
Costa Rica 45,6
Nicarágua 47,3
México 48,2
Boliviano 53,1
Cuba 53,2
Média 28,8

Fonte: Observatório da Igualdade de Gênero para a América Latina e o Caribe. CEPAL.

Fontes

    1 Instituto Nacional de las Mujeres, “La paridad de género, un asunto de igualdad y de justicia”, Gobierno de México, https://www.gob.mx/inmujeres/articulos/la-paridad-de-genero-un-asunto-de-igualdad-y-de-justicia?idiom=es (Consultado el 09-03-2021);

    2 Directorio Legislativo, “Paridad de género: una democracia sin mujeres no es democracia”, https://directoriolegislativo.org/blog/2016/08/26/paridad-de-genero-una-democracia-sin-mujeres-no-es-democracia/ (Consultado el 09-03-2021);

    3 Barathe, Richard. “5 razones por las cuales la paridad es clave en las democracias de América Latina”, ONU Mujeres, https://lac.unwomen.org/es/noticias-y-eventos/articulos/2019/1/5-razones-para-la-paridad-e (Consultado el 09-03-2021);

    4 Directorio Legislativo, “Paridad de género: una democracia sin mujeres no es democracia”, https://directoriolegislativo.org/blog/2016/08/26/paridad-de-genero-una-democracia-sin-mujeres-no-es-democracia/ (Consultado el 09-03-2021);

    5 Forbes Centro América,””América Latina y el Caribe siguen siendo la región más desiguald del mundo”: Alicia Barcena”, Forbes Staff, https://forbescentroamerica.com/2020/06/15/america-latina-y-el-caribe-siguen-siendo-la-region-mas-desigual-del-mundo-alicia-barcena/#:~:text=hacia%20el%20desarrollo%3F-,Am%C3%A9rica%20Latina%20y%20el%20Caribe%20siguen%20siendo%20la%20regi%C3%B3n%20m%C3%A1s,brechas%20de%20desigualdad%20en%20ingresos (Consultado el 08-03-2021)

    6 Centro de Investigación y Política Pública (IMCO), “Paridad de género en el poder legislativo”, IMCO Staff, https://imco.org.mx/informe-legislativo-2018-paridad-genero-poder-legislativo-2/ (Consultado el 09-03-2021);

    7 Milenio, “Sánchez Cordero: 22 por ciento de municipios son gobernados por mujeres”, Redacción, https://www.milenio.com/politica/segob-22-ciento-municipios-gobernados-mujeres; (Consultado el 09-03-2021);

    8 El Financiero, “Paridad de género al gabinete llegó con gobiern de AMLO: Sanchez Cordero”, Redacción: https://www.elfinanciero.com.mx/nacional/paridad-de-genero-al-gabinete-llego-con-gobierno-de-amlo-sanchez-cordero; (Consultado el 09-03-2021).


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Flores, Valeria. “¿En dónde tienen las mujeres más representación dentro del poder legislativo?.” CEMERI, 12 sep. 2022, https://cemeri.org/pt/mapas/m-mujeres-representacion-poder-legislativo-cu.